Caso de amor com o cinema: A história inspiradora de Severino Bill Lee


Curso de Cinema e Audiovisual - Olinda
janeiro. 04, 2016

De origem humilde, o pernambucano esperou mais de 50 anos para realizar sonho. Agora está na faculdade e é protagonista da própria história

Era uma vez... A história de Severino “Bill Lee” poderia começar com a expressão típica de contos de fadas. O menino descobriu a paixão pela sétima arte aos oito anos de idade, quando saia em busca de películas velhas de um cinema próximo a casa onde morava. Com o material em mãos, o trabalho era emendar e reproduzi-las em um projetor artesanal feito com caixa de papelão, lâmpada e um espelho para refletir a luz do dia. O tempo passou. O menino virou homem. A ficção agora é realidade e em sala de aula. Severino Ramos da Silva, 53 anos é aluno do primeiro período do curso de Cinema e Audiovisual da AESO-Barros Melo. No dia do Cinema, 19 de junho, “Bill Lee” comemora a primeira produção profissional finalizada e a biografia dele também é tema de outro filme.

O futuro cineasta sempre viveu próximo às telonas. Ganhou o apelido dos primos de tanto que entrava escondido no cinema para ver os filmes de Bruce Lee. Muito novo, aos dez anos de idade, arrumou um “bico” como zelador e também auxiliou um projetista para conseguir alguns trocados a mais. De origem humilde, “Bill Lee” cresceu no bairro Destilaria, no Cabo de Santo Agostinho. Trabalhou o Cine Dicemper, em frente a residência, durante cinco anos. Mas a vida, levou “Bill Lee” para outros caminhos longe da maior paixão: o cinema!

Só em 2005 a trajetória voltou a mudar para a rota do sonho! “Bill Lee” abriu a Maranguape 1 Filmes Independentes, começou a comprar alguns equipamentos simples e fez o primeiro trabalho dele em cinema: um documentário sobre o bairro em que hoje vive. A produção rendeu ainda mais dois frutos, também documentários, focados em outros pontos do mesmo bairro. “Eu sou muito corajoso, quando eu tenho uma oportunidade, eu vou e faço. Então eu vim fazer Cinema na faculdade para ter o respeito. A pessoa pode ter talento, mas é o estudo que ajuda muito a adquirir o  conhecimento para fazer cinema com mais qualidade”, conta Severino.

Hoje,  “Bill Lee” comemora o primeiro curta finalizado depois que começou a estudar. O “Catalepsia” é uma ficção sobre pessoas que sofrem da doença, inscrito no Festival de Triunfo. “Eu entrei com roteiro e direção e chamei alguns amigos do curso. Para a gente é bom porque é um trabalho que já saiu daqui, com uma linguagem diferente e que eu aprendi estudando”, afirma o aluno.

E não para por aí! A história de Severino também vai para o cinema. Os colegas de turma estão finalizando o “Bill Lee - o sonho de um menino”. Um curta-metragem que fala da grande paixão do garoto. “Ele tem mais de 50 anos e está começando agora uma faculdade de Cinema. Bill é um exemplo para todos os colegas da sala, principalmente os para os jovens. Ele persistiu, manteve o sonho e a chama acesa”, explica Marcelo Trigo, produtor do filme. As locações foram escolhidas a dedo, nas salas do São Luiz, do Cinema da Fundação e do velho cinema no Cabo, onde hoje só restam as paredes em pé.

 

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