Mulheres dão exemplos de coragem e ousadia em seu Dia Internacional
No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. No Recife, duas delas dão grandes exemplos de superação das dificuldades e merecem todos os parabéns do mundo, não só nesta segunda-feira, mas todos os dias. Mariana Lins (fotos 1 a 4) , 23 anos, nasceu com a medula exposta, fez várias cirurgias, teve hidrocefalia e os médicos não acreditavam que ela fosse sobreviver. A realidade é que ela está concluindo o curso de Direito. “Logo que nós soubemos da doença dela, o médico me chamou em sua casa e disse que ela não teria dez dias de vida. E hoje ela vai se formar. Ela tem uma personalidade sensível, mas tudo que ela quer, consegue”, diz Olívio Silva, pai da moça. Ela planeja se tornar uma juíza, mas, para chegar até aqui, a caminhada foi difícil. Ela revela os problemas que teve na escola: “na escola, normalmente eu era deixada de lado. Quando tinha trabalho em grupo, não me chamavam. Com o passar do tempo fui me adaptando, as pessoas também e comecei a me tranqüilizar. Tenho a mentalidade que não tenho que ficar em casa, me trancar”. Mariana demonstra força o tempo inteiro, mas, ao falar da mãe, Ana Maria, se desmancha: “ela é uma pessoa muito especial, sem ela eu não estaria aqui”. Ela possui uma rotina bastante puxada e precisa de desdobrar para dar conta do trabalho e das inúmeras necessidades da filha. “preparo ela pra ir pra faculdade, vou trabalhar, meio dia ela chega, eu volto, cuido novamente, volto para o trabalho e, à noite, a gente tá junto. Com ela aprendi a amar muito mais, a me dedicar muito mais e ter a força para levar tudo adiante.” diz. Juntas, elas servem de inspiração para os homens da casa. Além de Olívio, mora com elas Rubem Lins, irmão de Mariana. Outro exemplo de superação é do Luana Câmara (fotos 5 a 7). Ela é a única mulher a trabalhar na linha de produção da oficina ortopédica da AACD. No Senai, ela fez curso de eletromecânica cercada de homens. “Tinha todo aquele preconceito, mas se eu queria, se eu gostava, eu vou em frente”, diz. Ela ainda informa que não quer saber de tratamento diferenciado por ser mulher: “não é porque eu sou mulher que é mais leve pra mim, não. Eu faço tudo o que os meninos fazem também”. A princípio, o coordenador da oficina, Edgar Neto, resistiu em contratar Luana. Agora, não se arrepende: “ela quebrou os paradigmas e, hoje, faz parte de uma feliz realidade nas AACDs de todo o Brasil”.