Mergulho no universo do pífano
O projeto Fonograma ao Vivo, das Faculdades Integradas Barros de Melo (Aeso), abre espaço, às 11h de hoje, para a aula-espetáculo Entre santos e encantados. Fruto de um estudo do pesquisador Gustavo Vilar aprovado pelo Funcultura de 2008, a aula-espetáculo mergulha no universo do pífano, para entender melhor o instrumento de sopro tradicional da cultura sertaneja e, dessa maneira, contribuir para a sua circulação no meio musical pernambucano. Quatro mestres e equipe do pesquisador Gustavo Vilar farão aula-espetáculo. Foto: Pedro Rampazzo/Divulgação Além do aspecto lúdico da aula, também haverá o espetáculo com a participação de quatro mestres de pífano e outros seis monitores que participaram das oficinas promovidas pelo projeto. As oficinas, inclusive, serviram como uma forma de manter viva essa tradição tão característica da cultura sertaneja. "Existe uma vontade muito grande dos mestres para continuar com as novenas e os rituais indígenas, mas há pouco interesse dos jovens em aprender", observa Paloma Granjeiro, coordenadora geral do projeto. Mediante o pagamento de bolsas, passaram pelas oficinas uma média de 20 adolescentes. "O modismo do brega e do forró estilizado é muito grande naquela região, essas aulas serviram como estímulo para fazer esse contato dos jovens com o pífano", completa. Na pesquisa, que durou cerca de um ano, a equipe de Vilar investigou a utilização do instrumento na região do Sertão de Itaparica, que engloba os municípios do interior pernambucano de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia. "A ideia era de aprofundar o estudo do pífano, mapeando o instrumento nas manifestações religiosas e culturais no Sertão de Itaparica", explica Paloma. Ao longo de um ano, a equipe promoveu encontros mensais na região para catalogar melodias e usos do intrumento, quase sempre acompanhados de zabumba e caixa. Nesse período foram gravadas mais de 50 músicas, entre rezas e toadas. Segundo a coordenadora, o material deve dar origem a um CD. "O interessante é que o pífano tanto é encontrado em rituais de tribos indígenas quanto em manifestações católicas, como novenas e rezas para Santo Antônio e de Salve Rainha. Existeesse sincretismo religioso, daí o nome da aula-espetáculo", observa Paloma. O evento acontece na Aeso e é aberto ao público. A entrada é franca, mas é preciso se inscrever no site www.barrosmelo.edu.br.