Clipagens

História de sucesso // Perigos e bonanças da rede



Foi quando ainda estava no colégio que Iuri Freiberger decidiu o que seria quando crescesse. Não importava a profissão. Bastava que ela lidasse com música. "Em 1991 montamos uma banda para tocar na festa de Dia das Mães na escola e pensei em gravar para ver como aquilo soava", lembra o hoje produtor fonográfico e professor universitário. Esse foi apenas o pontapé para que Iuri descobrisse sua verdadeira vocação. Produzir. Depois de anos dedicados ao meio musical, Iuri conseguiu formar seu nome, ser reconhecido por seu trabalho, mas avisa: não existe mistério para chegar até aí. Dedicação e força de vontade são o que contam na hora de enfrentar esse mercado concorrido. "Não dá para esperar que tudo aconteça de uma hora para outra. Não existem atalhos para chegar lá. É preciso estudar, trabalhar, descobrir, se envolver e suar a camisa", avisa Iuri, que lembra que na época em que começou, ele não tinha nenhuma das facilidades que existem hoje. "Viva a era da informação e comunicação verdadeiras! Sorte de quemestá começando, que não precisa ralar tanto quanto tínhamos que fazer em tempos recentes", afirma o professor. Na primeira gravação que fez, inclusive, o produtor lembra que usou um gravador com microfone embutido. Depois dessa primeira tentativa, Iuri decidiu se dedicar de vez à profissão. Seu primeiro trabalho oficial saiu em 2000. Foi o disco Carteira Nacional de Apaixonado, de Frank Jorge, multi-instrumentista de Porto Alegre. Em seguida, Freiberger saiu pelo Brasil produzindo, principalmente, artistas locais. "A internet salvou e desgraçou nosso trabalho ao mesmo tempo. As pessoas perderam o foco. É muita informação ao mesmo tempo. Mas não posso negar que hoje só consigo trabalhar e muito por causa da rede. A maioria dos meus trabalhos faço a distância", explica. Hoje, Iuri vê o mercado de maneira positiva, mas alerta para as mudanças que vêm ocorrendo na remuneração. "Há pouco tempo, quando as gravadoras investiam milhões na produção de um artista, o produtor ganhava muito bem. Hoje, num patamar elevado, é normal ele ganhar uma quantia razoável. O problema é que gastamos demais com equipamentos", explica Freiberger garantindo que não há satisfação maior quando se faz o que gosta. "São poucas as profissões que dão a satisfação que a nossa dá. É um universo muito rico, pessoas diferentes, lugares, situações, praticamente nunca se repete um trabalho ou se tem uma rotina maçante". Breve perfil - Trabalhou no disco da banda carioca Cabaret, que conta com a participação de Ney Matogrosso. - Teve como clientes Walverdes, Violins, Autoramas e Mechanics. - Baterista da banda Tom Block

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