Mostra Uniaeso de Audiovisual realiza 5ª edição em formato on-line e gratuito
As sensações, os ruídos, as sombras, os sentimentos e as imagens que flutuam em nossas mentes quando voltamos às nossas primeiras lembranças foram objeto de análise da estudante de cinema e audiovisual Lara Salsa para a produção da animação Minha primeira memória. O curta-metragem integra a 5ª edição da Mostra Uniaeso de Audiovisual (MUnA), com programação gratuita disponível de hoje a sexta no canal da Uniaeso no YouTube. Em virtude da pandemia, o Muna será realizado em formato on-line, para revelar as últimas produções dos alunos do Centro Universitário Aeso Barros Melo, em Olinda.
“O filme era, a princípio, um projeto pessoal. Sempre fui fascinada por animações, e tinha vontade de produzir uma. Queria ir no caminho do surrealismo, com o intuito de passar alguma mensagem”, diz a recifense Lara, de 19 anos, que iniciou a produção em junho, no período de isolamento. “Quando fui desenvolvendo o processo, me lembrei da minha primeira memória. Muitas pessoas não lembram, e muitas delas associam à desilusão, tristeza, alegria...”
A primeira memória de Lara é o fio condutor da narrativa. Ela resgata lembranças do primeiro apartamento, um espaço pequeno onde os zunidos da TV ecoavam pelos corredores. Na tela, um filme em VHS, imagens em preto e branco do cinema clássico. “Incorporei também as primeiras memórias das pessoas que estavam dividindo a quarentena comigo. Meu pai lembra de sensações, meu irmão de barulhos e minha mãe reconstrói alguns episódios. Juntei tudo isso e coloquei no curta. Queria que ele fosse plural e que mais pessoas se sentissem tocadas”, conta. A produção é baseada no curta francês Fantasmagorie (1908), primeira animação exibida por projetor de cinema moderno.
De acordo com a estudante, o objetivo da animação é propor um desapego com o passado. "Percebo que muitas pessoas da minha geração, por exemplo, acabam se prendendo demais ao passado, mas acredito que quando a gente vai crescendo tem que se desapegar das memórias antigas e viver novas experiências, não importa o quanto temos guardado dessa primeira experiência, sempre vai vir a segunda, terceira e quarta", reflete.
As primeiras experiências de Lara com ilustração, ainda na infância, a guiaram para a construção deste curta, produzido, realizado e editado inteiramente por ela."Eu sempre gostei de desenhar e sempre fui fascinada pela área de animação, então quando vi uma oportunidade de unir as duas coisas, eu me joguei de cabeça", conta Lara. Apesar de já ter produzido outros três filmes, este é o seu primeiro trabalho a integrar uma mostra audiovisual.
SOLIDÃO
Outra produção que integra a mostra é o curta-metragem O último solo de um cisne desventurado, do alagoano Alexandre Pitanga, estudante egresso da Uniaeso, que ilustra a solidão que atravessa a juventude LGBTQ+. O fil- me também leva ao centro do debate questões envolvendo o sexo desprotegido e as DSTs “O curta procura refletir sobre questões que rodeiam a população LGBTQ , principalmente homens gays que, com a desilusão e a solidão, acabam imergindo em uma realidade impessoal de aplicativos de paquera”, explica.
O enredo apresenta a história de um garoto gay, interpretado por Alexandre, que procura se localizar no mundo e achar felicidade na companhia de uma pessoa que sempre sonhou em encontrar, mas nunca obtém sucesso. Em seus momentos de solidão, a figura do cisne negro se torna um disfarce libertador para sua melancolia em um convite de autoconhecimento. Um dia, ao se deparar com um número riscado no box do banheiro da faculdade, Alexandre decide enviar uma mensagem, iniciando uma cadeia de eventos que finalmente o libertará de seu "antigo eu"
“O projeto foi feito em parceria com colegas da faculdade e profissionais da área, e busca tocar em um assunto delicado, porém sem ser didático demais ou assustador. Traz a ficção e fantasia como outra camada para a trajetória do personagem, que o torna acessível e fácil de se comunicar, esperando que os espectadores possam absorver a mensagem que ele se propõe a levar”, descreve Pitanga. O filme é uma continuação dos curtas Pisciano e Eu continuo dançando sozinho, produzidos por ele, fechando então a “trilogia da solidão”.
MUnA
Serão 18 curtas-metragens exibidos na programação do MUnA deste ano. As produções foram realizadas entre 2019 e 2020 por alunos e ex-alunos da Uniaeso. Os filmes estão divididos em três programas: ficção/experimental, documentário #1 e documentário #2. Os debates com os realizadores dos filmes expostos serão realizados na quinta e sexta-feira, a partir das 14h30, na plataforma Google Meet. Os bate-papos serão mediados pelo coordenador do curso de cinema e audiovisual, Luiz Joaquim, além dos professores Danilo Lúcio, Gabriela Alcântara e Luiz Otávio Pereira. O encontro é gratuito, com limite de acesso para até cem participantes.
Confira a programação:
Programa A - ficção / experimental:
O Último Solo de Um Cisne Desventurado - (2019) de Alexandre Pitanga
S/N - (2019), de Renata Malta
Minha Primeira Memória - (2020), animação de Lara Salsa
A Raiz de Um - (2020), animação de Felipe Berardo e Pedro Henrique Ferreira Lima
Sete filmes, Sete minutos – vários realizadores
Clandestina - (2020), de Clara Alencar’
Programa B - documentário #1
Não toque, é Drag! - (2020), de Gabriel Cabral
Se não for para não estourar, eu nem gravo - (2020), Duda Menezes e Gal Guimarães
Linha da Mão (2019): Victória Drahomiro
Programa C - documentário #2
Quando eu estive lá - (2020), de Camila Queiroz e Heitor Garcia
A flor do sol - (2019), de Débora Dantas, Clara Alencar, Arthur Colleto
Paralelamente - (2020), de Gleibson Silva
Tela escura - (2019), de Márcio Martins
“O filme era, a princípio, um projeto pessoal. Sempre fui fascinada por animações, e tinha vontade de produzir uma. Queria ir no caminho do surrealismo, com o intuito de passar alguma mensagem”, diz a recifense Lara, de 19 anos, que iniciou a produção em junho, no período de isolamento. “Quando fui desenvolvendo o processo, me lembrei da minha primeira memória. Muitas pessoas não lembram, e muitas delas associam à desilusão, tristeza, alegria...”
A primeira memória de Lara é o fio condutor da narrativa. Ela resgata lembranças do primeiro apartamento, um espaço pequeno onde os zunidos da TV ecoavam pelos corredores. Na tela, um filme em VHS, imagens em preto e branco do cinema clássico. “Incorporei também as primeiras memórias das pessoas que estavam dividindo a quarentena comigo. Meu pai lembra de sensações, meu irmão de barulhos e minha mãe reconstrói alguns episódios. Juntei tudo isso e coloquei no curta. Queria que ele fosse plural e que mais pessoas se sentissem tocadas”, conta. A produção é baseada no curta francês Fantasmagorie (1908), primeira animação exibida por projetor de cinema moderno.
De acordo com a estudante, o objetivo da animação é propor um desapego com o passado. "Percebo que muitas pessoas da minha geração, por exemplo, acabam se prendendo demais ao passado, mas acredito que quando a gente vai crescendo tem que se desapegar das memórias antigas e viver novas experiências, não importa o quanto temos guardado dessa primeira experiência, sempre vai vir a segunda, terceira e quarta", reflete.
As primeiras experiências de Lara com ilustração, ainda na infância, a guiaram para a construção deste curta, produzido, realizado e editado inteiramente por ela."Eu sempre gostei de desenhar e sempre fui fascinada pela área de animação, então quando vi uma oportunidade de unir as duas coisas, eu me joguei de cabeça", conta Lara. Apesar de já ter produzido outros três filmes, este é o seu primeiro trabalho a integrar uma mostra audiovisual.
SOLIDÃO
Outra produção que integra a mostra é o curta-metragem O último solo de um cisne desventurado, do alagoano Alexandre Pitanga, estudante egresso da Uniaeso, que ilustra a solidão que atravessa a juventude LGBTQ+. O fil- me também leva ao centro do debate questões envolvendo o sexo desprotegido e as DSTs “O curta procura refletir sobre questões que rodeiam a população LGBTQ , principalmente homens gays que, com a desilusão e a solidão, acabam imergindo em uma realidade impessoal de aplicativos de paquera”, explica.
O enredo apresenta a história de um garoto gay, interpretado por Alexandre, que procura se localizar no mundo e achar felicidade na companhia de uma pessoa que sempre sonhou em encontrar, mas nunca obtém sucesso. Em seus momentos de solidão, a figura do cisne negro se torna um disfarce libertador para sua melancolia em um convite de autoconhecimento. Um dia, ao se deparar com um número riscado no box do banheiro da faculdade, Alexandre decide enviar uma mensagem, iniciando uma cadeia de eventos que finalmente o libertará de seu "antigo eu"
“O projeto foi feito em parceria com colegas da faculdade e profissionais da área, e busca tocar em um assunto delicado, porém sem ser didático demais ou assustador. Traz a ficção e fantasia como outra camada para a trajetória do personagem, que o torna acessível e fácil de se comunicar, esperando que os espectadores possam absorver a mensagem que ele se propõe a levar”, descreve Pitanga. O filme é uma continuação dos curtas Pisciano e Eu continuo dançando sozinho, produzidos por ele, fechando então a “trilogia da solidão”.
MUnA
Serão 18 curtas-metragens exibidos na programação do MUnA deste ano. As produções foram realizadas entre 2019 e 2020 por alunos e ex-alunos da Uniaeso. Os filmes estão divididos em três programas: ficção/experimental, documentário #1 e documentário #2. Os debates com os realizadores dos filmes expostos serão realizados na quinta e sexta-feira, a partir das 14h30, na plataforma Google Meet. Os bate-papos serão mediados pelo coordenador do curso de cinema e audiovisual, Luiz Joaquim, além dos professores Danilo Lúcio, Gabriela Alcântara e Luiz Otávio Pereira. O encontro é gratuito, com limite de acesso para até cem participantes.
Confira a programação:
Programa A - ficção / experimental:
O Último Solo de Um Cisne Desventurado - (2019) de Alexandre Pitanga
S/N - (2019), de Renata Malta
Minha Primeira Memória - (2020), animação de Lara Salsa
A Raiz de Um - (2020), animação de Felipe Berardo e Pedro Henrique Ferreira Lima
Sete filmes, Sete minutos – vários realizadores
Clandestina - (2020), de Clara Alencar’
Programa B - documentário #1
Não toque, é Drag! - (2020), de Gabriel Cabral
Se não for para não estourar, eu nem gravo - (2020), Duda Menezes e Gal Guimarães
Linha da Mão (2019): Victória Drahomiro
Programa C - documentário #2
Quando eu estive lá - (2020), de Camila Queiroz e Heitor Garcia
A flor do sol - (2019), de Débora Dantas, Clara Alencar, Arthur Colleto
Paralelamente - (2020), de Gleibson Silva
Tela escura - (2019), de Márcio Martins