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Faculdade oferece curso de cinema de animação



O que vai ser escrito nas próximas linhas talvez seja até difícil de acreditar. Não por se tratar de arte, de cinema, de ficção. Não por ser uma realidade diretamente dependente de efeitos especiais. Do que uns chamam de tecnologia. Do que outros, chamam de truque. Do que os olhos chamariam de mágica se pudessem falar. Mas não é que dentro do universo dessa reportagem, os olhos podem sim falar... Difícil mesmo é dizer o que não pode acontecer dentro de um vídeo de animação. Dentro deles, homens podem voar, o mar tocar o céu, o céu mudar de cor, e até mesmo um empresário procurar um jornal para dizer que tem empregos para oferecer, que os salários são bons, o trabalho divertido e que, ainda assim, sobram vagas. Epa! Essa última suposição não é fruto da imaginação. É verdade. A tal verdade que lá no início do texto foi avisado que seria difícil de acreditar. Pois bem, é real. O empresário não é um personagem de uma ficção científica. Ele foi sim personagem de uma reportagem sobre o mercado de animação gráfica publicada no caderno Viver do Diario há alguns meses. O empresário que fez essa afirmação é Gustavo Galvão, diretor da Playlore, uma empresa pernambucana especializada em design para jogos de videogame. Na reportagem em questão, ele ressaltava: "Os artistas visuais sempre reclamaram que não têm emprego ou que recebem menos do que deveriam. Hoje isso tá mudando, mas exige também uma mudança na forma de encarar a profissão. É preciso adaptar-se e qualificar-se". Dessa declaração de Gustavo, vale destacar dois conceitos: profissionalização e qualificação. Duas exigências de uma mercado que cresce em um ritmo mais veloz do que a formação de profissionais capacitados. No final do ano passado, a Aeso/Faculdades Integradas Barros Melo recebeu a autorização do MEC para criar o inédito curso superior em cinema de animação. A primeira turma do país tem apenas 15 alunos. Eles estão terminando o primeiro dos sete períodos (3.500 horas/aula) previstos na grade curricular. Menos de seis meses depois do início das aulas desta primeira turma, a faculdade anuncia que o próximo vestibular disponibilizará 80 vagas para o curso. Uma conseqüência direta da demanda do mercado. "Criamos um núcelo de animação há três anos que vinha sendo bastante utilizado pelos alunos dos cursos de comunicação e o resultado era animador. Vários vídeos foram premiados em festivais nacionais e até internacionais. Foi justamente por isso que o MEC nos deu o aval para abrirmos um curso específico", diz a diretora da instituição, Ivânia de Barros. A grade curricular do curso tenta unir os conceitos de técnica e linguagem. "Este é um segmento de mercado que vem crescendo muito e a maioria dos profissionais é auto-didata. Na faculdade, além de todo o conhecimento técnico necessário, investimos em um diferencial que é fundamental: a formação cultural e estética", diz o coordenador do curso, Pedro Severien, formado em jornalismo e com mestrado em produção de cinema e televisão na Universidade de Bristol, Inglaterra. Pedro mostra três caminhos que o profissional formado em cinema de animação: "a produção de cinema em si, a animação publiciária e o desenvolvimento de jogos para videogames". O coordenador do estúdio de animação da faculdade, William Paiva, diz que além da produção artística, o núcleo da Barros Melo também já está produzindo filmes para o mercado publicitário do estado. Quem quiser ver os vídeos produzidos nesse primeiro semestre do curso, pode acessar o blog www.barrosmelo.edu.br/blogs/animacao/. E para os que não se contentarem em apenas assistir, as inscrições para o vestibular acontecem até a próxima quinta-feira. As provas serão no dia 15.

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